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Mídias: Por Onde é que Caminhamos?

Discussão sobre as mídias e sobre sua influência no sujeito.
A mídia se mostra uma das armas no caminho de dominação, disfarçando-se na liberdade. Há ainda, para a maioria da população, o sentimento de que o fácil acesso à informação tem sido libertador; que proporciona maior interação, comunicação mais ágil e de que com novos e acessíveis recursos tecnológicos rompe se a barreira ao conhecimento... Ilusão que souberam explorar.

Mídias: Por Onde é que Caminhamos?

A cada nova onda de recursos tecnológicos, percebe-se incontestáveis mudanças. Essas mudanças, em verdade, nem tanto têm como causa os recursos, mas o que fazem destes recursos. Aqueles que estiveram em posições privilegiadas, cada um a seu momento histórico, compreendendo o alcance que a mídia poderia ter frente à população, trataram logo de tornarem-se seus donos; tornam-se os detentores do poder, um poder sustentado pela dominação, pela ilusão de um mundo no qual não vivemos.

No Brasil, a política tem a TV como sujeito influente em sua trajetória histórica. Ela se manteve por longo período praticamente a serviço dos ideais daqueles que detinham o poder... Do contrário não vingaria. Tempos depois, numa política enfraquecida, era preciso pensar em manter o domínio da população (manter a ordem), a mídia (principalmente televisiva) torna-se uma ferramenta de afirmar os tempos de mudança, um disfarce aos anseios da população.

A propaganda é o carro chefe do negócio há muitos tempos. Antes, mais a serviço da política para um retorno financeiro e de privilégios, hoje mantendo a concorrência, a supremacia, vendendo produtos, alienando, criando moda... para o mesmo retorno. Há na mídia, uma luta pela liberdade de expressão, pela liberdade da comunicação e da informação; mas há também por trás dessa liberdade, o anseio por aproveitar da maioria da população e de sua fragilidade, para continuar com o vindouro negócio de buscar mais e mais audiência, e com isso associar todo negócio possível.

Passa para o receptor uma corrente de falsa transparência e de compromisso com a cidadania; de imparcialidade, da notícia pura... Mas há um propósito para cada momento do que é veiculado.
Depois de anos reinando praticamente absoluta frente às mídias vigentes, novos recursos e a acessibilidade destes, faz com que a TV repense seu modo de ser. Não demorou e ela assume-se ainda mais presente e influente nos lares brasileiros. Agora ela é a cara do povo, ela faz estudo de casa, investiga o que o povo anseia, e os abasta de fantasia e conforto.

Felizmente, alguma parcela da população acordou frente aos modos de transmitir e receber a informação, ele torna-se mais próximo, palpável, possibilitando que a informação não tenha mão única, e que tenha outras faces; faces mais próximas às dos brasileiros. Não se pode deixar que a ‘grande mídia’ aproprie destas faces e as molde a seu favor. Se delas apoderam-se, não haverá democracia em apenas distribuir recursos, já que eles não produzirão o que vivemos, mas o que querem que vivamos.

As mídias reformuladas em novas ferramentas têm contribuído mais para reproduzir informação e abarrotar, que para o conhecimento. O discernimento sobre a qualidade da informação ainda é pobre; é preciso educar para esse panorama que nos vemos inseridos e que nascem novas gerações.

Fora do Brasil, os propósitos no controle da mídia não foram muito diferentes, ela deveria servir aos interesses do sistema, se valendo das mesmas mazelas que vivemos... Seria então o grande instrumento moderno da velha colonização, que se mascara em democracia e na posse (capitalismo).
A política que antes era dominadora, e se valia da repressão e do poder - que controlava o conteúdo midiático, agora se vê obrigada a repensar a liberdade que as mídias têm; uma liberdade que muitas vezes não é legitima, que aproveita da condição educacional produzida pela própria política. Ironia é saber que considerável parte da mídia está nas mãos de políticos. Há um jogo de interesses que só contribuem para perpetuar um modelo que enriquece os ricos e mantêm os pobres que os enriquece.

É preciso preparar as pessoas para estes novos meios de transmitir e receber a informação ou elas continuaram servindo, crentes que libertas pela proximidade da informação. Buscam a informação não para o pensar sobre esta informação, mas para acumular e assim, estão apenas seguindo o trilho, não procuram criar trilhos que levem a outros caminhos... Caminham para onde deseja o maquinista.
A cada dia surgem novas situações, novos meios para as mesmas práticas, mas que não estão previstos na legislação, uma legislação que não caminha com as revoluções. É preciso regular, fiscalizar e se posicionar de modo a proteger o cidadão acrítico - isso não é censura, é resguardar. Infelizmente, aqueles que estão no poder e podem mover isto, são os mesmos, ou são parceiros dos que estão frente às mídias.

Caminhando pelas mãos do sistema, para o capitalismo, para moldar, pelo acumulo de informação,... Há notória mudança, não que democrática e presente a todos, mas ainda controlada por poucos, entendida no seu propósito por alguns, e massificadora da maioria.

Ler. Quando se lê, não apenas visualiza imagens, ingere, digere e aproveita aquilo que é interessante, que é necessário... Propõe algo diferente, acrescenta, subtrai, muda. Constrói o conhecimento, sai da mesmice, não se permite a prisão da alienação. Torna-se detentor da real liberdade.

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