Está não é uma postagem contra a leitura, mas um alerta de um fracasso mascarado por incontáveis propagandas mentirosas sobre a real qualidade da educação em Goiás. Só mesmo quem vive a Escola, sabe que toda campanha não reflete o descaso com os professores, com os alunos, com as escolas.
O livro de Thiago Peixoto – Educação: O desafio de mudar, (Reflexões sobre como transformar a Educação que temos na Educação que precisamos) é uma coleção de artigos do deputado de Goiás pelo PMDB. O leitor irá perceber um tom político em cada um dos artigos, algumas comparações, e também muitos dados conhecidos dos que participam de alguma forma da Educação no Brasil. É mais algo sobre administração que sobre educação, e não parece uma boa administração; caso ele seja eleito é possível que vejamos os efeitos.
Confira mais sobre o autor Thiago Peixoto.
São abordados temas relacionados aos diversos níveis de educação, o quão importante ela é para os demais setores, o baixo investimento, o compromisso do professor, a Educação em Goiás, a questão do piso salarial, e tantos outros. Um deles me chama atenção, pois participo da realidade retratada em alguns artigos quanto à UEG. Sou aluno do curso de Sistemas de Informação na Unidade Universitária de Ceres, e lá percebo que, em um curso que exige material tecnológico, os professores precisam agendar um data-show que por vezes não funciona adequadamente, uma sala de aula para tal curso com apenas 2 tomadas, um único laboratório com menos de 20 computadores usuais, para 4 turmas; dizem haver outro laboratório, não concordo, as máquinas são precárias e poucas delas funcionam. O prédio é novo, o auditório é novo, a biblioteca, dizem tem ganhado vários títulos novos, creio que são insuficientes.
O pior na unidade não são estas faltas materiais, mas justamente outro tema relatado no livro; há uma grande quantia de professores contratados e grande parte destes, ao que vejo, não têm condições de estarem professores de uma instituição de ensino superior. Não sabem lidar com os alunos, enrolam as aulas, são muito recorrentes a assuntos já trabalhados, utilizam metodologias maçantes, não incentivam a pesquisa, não dão suporte para a construção ou constatação do conhecimento; alguns se mostram arrogantes, cruzam os braços, não atendem aos alunos e se tornam expectadores durante cerca de uma hora e meia, ansiosos pelo soar do intervalo.
Participei neste ano de um evento realizado pelos alunos do 4º ano – TIVASP – e percebi o quanto a maioria dos professores fizeram descaso, quase não compareceram, pouquíssimos auxiliaram os alunos. Deveria ser um evento maior, que divulgasse a instituição, que atendesse maior público, e que mesmo que fosse uma atividade direcionada aos alunos, o empenho dos profissionais da instituição deveria estar presente. O evento, apesar de organizado às pressas, foi bom, trouxe boas palestras, graças aos poucos que se propuseram a auxiliar.
O intuito devia ser de recomendar o livro, mas não houve como, era necessário levantar um pouco da situação vivenciada na UEG, enquanto aluno. Não estou querendo desmerecer nenhum dos profissionais que lá trabalham, ou mesmo o curso, apenas retrato uma situação já prevista nos artigos do deputado Thiago Peixoto. O livro permite leitura clara de muito do que ocorre na nossa Educação, se permite apontar algumas necessidades para a melhoria de qualidade da educação (uma delas do conhecimento de cada instituição, de cada aluno), do investimento no profissional e em sua promoção como incentivo qualitativo, de metas estabelecidas, e de vários outros assuntos. O leitor que souber separar os pensamentos do autor de tons políticos irá perceber que os levantamentos e propostas são discussões cabíveis e necessárias para o avanço da Educação.
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Passado todos esses anos (2010-2014), é evidente o que vem ocorrendo com a educação com a administração do senhor Thiago Peixoto. Propagandas de progresso, de melhorias, de investimento, tudo de bom... Mas só propaganda. O desafio de mudar foi vencido, mas a mudança foi pra muito pior.
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