Artigos recentes

Navigation

A história dos computadores


Na revista CHC (Ciência Hoje das Crianças) Nº 246 (junho/2013) há uma versão da história dos computadores. Um texto bem próximo do público ao qual a revista se destina e com ótimas ilustrações. Alias, está revista é ótima, tenho (Charles) muitos números em coleção, recomendo e presenteio alguns alunos com ela. Abaixo segue reprodução de parte do artigo sobre a história dos computadores, de Paulo Vicente M. dos Santos (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia).

A história dos computadores parece ter início com as calculadoras. Mas não pense que elas eram cheias de teclas como as que conhecemos hoje - eram bem diferentes! A primeira calculadora foi idealizada por Wilhelm Schickard, em 1623. Sua proposta era que o equipamento realizasse soma e subtração mecanicamente. Mas o invento não funcionou muito bem.


Em 1642, um jovem matemático chamado Blaise Pascal conseguiu produzir uma engenhoca mecânica de fazer contas para ajudar seu pai a organizar os impostos de seu país. Suas calculadoras, conhecidas como Pascalinas, eram capazes de realizar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. E quem vai dizer que calculadora não é computador? A palavra vem do latim computare, que significa calcular, fazer contas!

Joseph Jacquard, tentando agilizar a troca de novelos na fábrica de tecidos de seus pais, em 1801, inventou a primeira máquina capaz de fazer isso automaticamente. A geringonça do rapaz lia as instruções em uma tábua cheia de furinhos, entendia qual novelo usar em que momento e, com isso, acelerava a produção.

Podemos pensar que essa tábua furadinha foi a tataravó das memórias de computador de hoje, afinal, elas continham dados que eram decifrados para a realização da tarefa.

Em 1833, os cartões perfurados inspiraram Charles Babbage a criar uma máquina que os decodificava para realizar cálculos. Ada Lovelace trabalhou desenvolvendo mais instruções para os cartões. Surgia a primeira versão do que chamamos software (programas de computadores atuais). Por esse feito, a dupla é apontada pelos cientistas da computação como os criadores do primeiro computador.

Em 1887, Herman Hollerith propôs uma máquina capaz de guardar todos os dados da população dos Estados Unidos. Ele utilizou a mesma ideia das instruções em cartões perfurados, mas inovou ao utilizar pela primeira vez a eletricidade na contagem dos cartões.
Hollerith criou algo semelhante a um pente para tentar atravessar os cartões. Assim, sempre que um dos dentes do "pente" encontrava um furo, um circuito elétrico era ativado, acionando um contador automático. Para realizar a leitura dos dados, ele usou o sistema binário (mais informações sobre a temática no blog Vivendo entre Símbolos) e efetuava a contagem baseada nas posições dos furos.

O sistema binário - que transforma todas as informações armazenadas em sequências de apenas dois algarismos, 0 e 1 - foi aperfeiçoado e constitui o princípio do funcionamento de todos os computadores modernos. Com essa superideia, Hollerith fundou uma empresa, que daria origem a uma das maiores marcas na área de computação do mundo, a IBM.

Em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, o mundo foi apresentado ao primeiro computador eletrônico. Criado por cientistas americanos o "computador integrado numérico eletrônico" ou ENIAC, tinha como principal objetivo calcular as trajetórias de mísseis e bombas durante a guerra.

Mas não pense você que o ENIAC era um teclado acoplado a uma tela sobre uma mesa em uma sala - ele ocupava toda uma sala! Era gigantesco, pesadão e utilizava milhares de válvulas eletrônicas e interruptores para ligar e desligar circuitos e efetuar as operações. Mas já era capaz de realizar, em 30 segundos, cálculos que demoravam 12 horas por outros métodos. Todos os resultados eram exibidos por meio de uma sequência de lâmpadas que acendiam e apagavam.

Para criar computadores menores era preciso inventar algo que substituísse as válvulas, o que aconteceu em 1947, quando um laboratório de telefonia americano criou o transistor. Assim como a válvula, o transistor fazia funcionar o computador, mas ocupando muito menos espaço e estragando menos. Na sequência, foram criados os circuitos integrados, que continham milhares de transistores.

Com tantos nomes e detalhes técnicos, você deve imaginar que operar esses mega computadores era algo dificílimo, porque não bastava saber que informações obter da máquina, era preciso entender do seu funcionamento para fazê-la trabalhar. Hoje, por exemplo, os videogames têm mais de 200 milhões de transistores. E quem precisa saber disso para jogar?!

Hoje, os computadores domésticos são cada vez mais comuns, velozes e multitarefas. Você pode pesquisar, escrever, calcular, ouvir música, assistir a vídeos, desenhar, conversar na mesma velocidade com pessoas do quarto ao lado ou do outro lado do mundo.

A tecnologia tem evoluído tão depressa, que nem nos damos conta. Você não acha?! Pois saiba que o computador da nave espacial Apollo 11, que em 1969 levou o homem à Lua, tinha uma memória interna muito menor que a de muitos telefones celulares disponíveis hoje.

O primeiro computador para uso doméstico foi produzido pela Apple, em 1977. Em 1981, foi a vez da IBM lançar seu computador pessoal ou PC (do inglês personal computer), criados para tornar o uso dessas máquinas cada vez mais simples.

Nas últimas décadas, os cientistas têm tentando encontrar maneiras ainda mais avançadas de guardar e processar as informações. Estas máquinas estão sendo desenvolvidas com base na computação quântica, muito mais veloz do que a tecnologia aplicada hoje.

Diversas empresas em diferentes pontos do planeta já estão trabalhando pelo desenvolvimento dos computadores quânticos. O que eles serão capazes de fazer? Será que um dia estarão ao alcance da população em geral? Será que você, que hoje lê este texto, participará da construção desta supermáquina? Só o futuro dirá!

Compartilhe esse artigo:

TIC na Matemática

Comente este artigo: