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E quando estar professor é fazer um bico?

A Educação precisa ser tratada com seriedade; precisa também de pessoas que efetivamente trabalhem, que se dediquem.
Tenho percebido cada vez maior a presença de pessoas que estão no ensino e que não gostam de estar  professores, não se vêem professores, não são... Não vou discutir a dificuldade de ensinar para pessoas que não querem aprender, de não ter condições adequadas para exercer a profissão, da falta de valorização e reconhecimento, de nos ser atribuídas ações de outros, da Pátria Educadora ou de tantos outros descasos com o ensino público. Levanto a questão sobre fazer o melhor possível, naquilo que se propõe fazer.

Semana passada, compartilhei uma mensagem de uma colega sobre valorização do professor e me lembrei de quantos estão na educação, mas os motivos não colaboram com a melhoria da qualidade do ensino. É algo que me preocupa, ver um colega tanto reclamar, e não agir para mudar a situação.

Nesta noite (ou manhã, ou tarde), em algum lar, um(a) professor(a) está preparando a aula para seu(ua) filho(a) na...
Publicado por Charles Bastos em Domingo, 21 de fevereiro de 2016

Muitos professores vivem esta realidade, de muitos afazeres, de levar muito do seu trabalho para casa. Alguns por jornada dupla ou tripla, a maioria por procurarem o melhor que podem diante de datas limites para cumprir burocracias, para planejarem suas aulas, para corrigirem atividades, para estudarem, para criarem... Não posso garantir como são os professores que não ligam para planejar, que não se importam com seus alunos, que sempre têm desculpa ou razão para o que não fazem; certo é, que eles só estão professores e que contribuem para o fracasso escolar!

E quando estar professor é bico ou é o que há pra se fazer?


Muitos, infelizmente, estão colaborando para piorar o ensino. Não quero desmerecer ninguém, não vou citar nenhuma pessoa; creio que procuro me organizar, planejar minhas aulas, pensar em meus estudantes, trabalhar de modo a contribuir para que cada um deles compreendam determinado assunto. Mas me incomoda ver outros colegas que tanto criticam e nada proporcionam.

EDUCAÇÃO: E quando estar professor é fazer um bico?

Estar em um lugar que não se quer, não se propor a agir diante da adversidade, parar no tempo e deixar-se levar pela corrente, desistir de tudo, ser um eterno pessimista, isso só alimenta o fracasso da escola. Comecei a elencar situações que caracterizam muitas pessoas que estão professores e que nitidamente sofrem enquanto estão na escola; resolvi apagar tudo, a lista me pareceu incorreta.

Essa não é uma realidade nesta ou naquela escola, trabalhei e trabalho em escolas públicas e particulares, e não é de hoje que percebo perfis de colegas que demonstram não gostar do que fazem. Quando não se gosta do que faz, o resultado caminha para não ser bom.

Não é bom ver outros colegas descontentes por estarem obrigados a algo de que não gostam. Tenho aprendido a cada dia, com exemplos, procurando me controlar, pensar nos estudantes, preparar minhas aulas,... Gosto cada vez mais de aprender, de reproduzir conhecimento e de possibilitar que o estudantes tenham acesso e possam aprender a aprender; nada sei ainda, cometo erros, não apareci com algo incrível, mas busco o melhor dentro das condições que me são oferecidas. Trabalhar para o ensino e a aprendizagem, em meio a tanta diversidade e dificuldade não é tarefa fácil; erro, corrijo, replanejo, diversifico estratégias, me canso, descanso, recomeço.

Não é da boca pra fora, gosto mesmo do ambiente escolar, de estar com crianças, jovens e adultos. Me descontento com o descaso, me aborreço com inúmeras situações, mas até aqui não desisti, espero ser persistente enquanto me der prazer ser professor. Não tenho uma receita, estou aprendendo, preciso melhorar muito.

Espero que os colegas que estão professores tenham uma oportunidade para mostrarem o melhor de si, naquilo que os façam felizes. Que se possa valorizar as escolas, para que a qualidade seja verdadeira, as condições sempre melhorem, os profissionais sempre aprendam, os professores tenham boas pernas para circularem e atendem seus alunos; os alunos tenham o que comer e vestir, que sejam saudáveis e educados por seus responsáveis, que vejam no ensino melhores condições para a vida.

Este texto com percepções sobre professores sentados com olhos fixos nos ponteiros do relógio, ansiosos pelo toque que os libertará da escola por aquele dia, é epenas um relance do que vejo. Procurei não alarmar, mas apenas propor algo mais sobre o que contribui para a má qualidade da educação no Brasil. Creio que o que descrevi não seja local.

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