O texto que segue, remete uma das primeiras atividades propostas no curso de Educação Integral e Integrada.
Educação Integral é entendida como uma educação que proporciona o desenvolvimento integral dos sujeitos, que ocorre por meio se situações de aprendizagem que oportunizam, simultaneamente, a ampliação de capacidade para a convivência e participação na vida pública; a ampliação de repertórios de competências e habilidades e o acesso e o usufruto aos serviços sociais básicos.[1]
A Educação Integral prima pelos sujeitos, crianças, adolescentes e jovens, numa perspectiva aberta ao desenvolvimento humano. É um ideal que ainda não se materializou no Brasil, mas que se encontra num momento histórico bastante favorável.
Tal educação é necessária ao sinalizar para a problemática da intersetorialidade[2] das políticas públicas. Ela tem sido pensada quanto os ideais para o alcance da qualidade da educação básica. Está relacionada sempre às lutas políticas e sociais, pois não existe um caminho único entre um projeto político pedagógico e ferramentas eficazes de gestão.
O principal problema apontado para tal programa e outros pelo Governo Federal é que o lugar de criança, adolescentes e jovens é na escola. Quer-se que tais sujeitos se ocupem ao máximo de expor e se relacionarem pela educação, promovendo uma política contra o analfabetismo, a evasão, a desistência, o trabalho infantil, drogas, prostituição, e tantos outros entraves presentes na sociedade brasileira. É preciso ainda, aprimorar a qualidade da educação pública.
Ao se pensar no slogan “Educação para Todos”, em que a educação básica deve ser promovida em qualidade para crianças, jovens e adultos em sua totalidade, a legislação brasileira assume tal compromisso e com ele promove uma série de iniciativas que visam principalmente a garantia do direito à proteção integral de crianças e adolescentes, assegurada pela Constituição Federal de 1988, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (na Lei n. 8069/90) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394/96).
A Educação Integral está em reconhecer que a educação é oportunidade para o aprendizado da convivência democrática, do reconhecimento das diferenças e do exercício da igualdade. Nisso, estão a convivência como fonte de novos modos de pertencimento e valorização das diferenças, a sensibilidade como forma de expressão e também como inerente à condição de aprendizado e a curiosidade como fonte de produção - além da reprodução - do conhecimento.
O projeto político-pedagógico é o documento norteador de toda a escola, frente a cada ano letivo. É ele a base dos projetos e das ações que cada profissional na educação deve assumir para si, procurando sempre o alcance de objetivos estipulados no próprio documento. É, portanto, um documento maior, que necessita da participação de todos os agentes na escola, deve ser pensado local e regional, voltado para os conflitos, os problemas e as dificuldades que interferem numa educação de qualidade.
Ao se propor a implementação da proposta de educação integral e integrada, tal documento torna-se essencial para fundamentá-la sólida a ponto de que, com sua implantação, sejam superadas barreiras que afetam a educação da comunidade em seu direito pela educação.
É preciso que a escola, em sua comunidade, reconheça as especificidades culturais, os saberes, os valores, as práticas e crenças, é preciso legitimar as condições sociais de cada comunidade a fim de estimular outras culturas, sem de modo algum, desvalorizar a existente. É muito importante que o projeto político-pedagógico aborde a cultura enquanto base para a educação integral.
Ao se propor a educação integral pensando na intersetorialidade das políticas públicas é preciso que o entendimento sobre tal educação possa abranger a realidade em que ela é pretendida de modo regional. Não há um plano de educação integral para todos, em cada local ela deve ser organizada de modo a suprir as necessidades dali, e então promover a educação para todos de modo a evidenciar suas potencialidades e propor o máximo de relações entre estes.
O desafio está na necessidade de promover articulações e convivências entre programas e serviços públicos, a fim de expandir sua ação educativa, o que demanda compromisso ético com a inclusão social, por meio da gestão democrática e integrada.
Ao tratar de temas que relacionam a Educação Integral e Integrada, percebe-se que em vários momentos, a escola pensa e age integralmente, quando propõe ações, por meio dos dirigentes e professores, que evidenciam as culturas locais e que apresentam novas culturas aos seus alunos.
Mas são ainda distantes, os anseios esperados na Educação Integral e Integrada quando pensamos na realidade da educação no Brasil. Os documentos pesquisados evidenciam que as experiências com tal modalidade são vindouras, mas que ainda são locais e que não é uma política que se abriga em todo o território nacional.
É certo e necessário á educação no Brasil, a importância do que promove a Educação Integral para a formação dos sujeitos, ao se apresentar além dos limites da físicos da escola e propor que a educação ocorre a todo o momento e em todo local.
Nossa compreensão a respeito da Educação Integral até então parece ser de que se promove uma educação para o mesmo indivíduo em vários períodos letivos e promovendo o máximo de ações que o mantenha na escola, mas vai-se além disso, há toda uma discussão sobre relações sociais e de inclusão.
Referências bibliográficas
INOJOSA, Rose Marie. Sinergia em políticas e serviços públicos: desenvolvimento social com intersetorialidade. Disponível em http://www.fundap.sp.gov.br/publicacoes/cadernos/cad22/ dados/ Inojosa.pdf, em 26 nov.2011.
SALTO PARA O FUTURO. Educação Integral e Intersetorialidade. Ano XIX, Nº 13. 2009. ISSN 1982-0283.
SECAD/MEC. SÉRIE MAIS EDUCAÇÃO: Educação Integral. Texto referência para o debate nacional. Brasília, 2009.
[1] Conceito retirado do site http://tvescola.mec.gov.br, seção Impressos, Revista: Salto para o Futuro - Série Educação Integral e Intersetorialidade.
[2] Segundo o site http://www.uepg.br/nupes/intersetor.htm, Intersetorialidade é um princípio que orienta as práticas de construção de redes municipais. Ou, segundo Inojosa, 2001: articulação de saberes e experiências com vistas ao planejamento, para a realização e a avaliação de políticas, programas e projetos, com o objetivo de alcançar resultados sinérgicos em situações complexas.
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